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Conheça o Solar Meninos de Luz, principal entidade ajudada pelo Instituto Paulo Coelho com parte dos direitos autorais do escritor
Daniele Maia
Em 1998, Paulo Coelho foi com a mulher, a artista plástica Christina Oiticica, conhecer o Solar Meninos de Luz, uma obra social no complexo de favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, zona sul do Rio de Janeiro. O projeto, capitaneado por Yolanda Maltaroli, encantou o escritor. No final da visita, o então recém-criado Instituto Paulo Coelho se tornou o maior parceiro do projeto e co-patrocinador da creche-escola que atende 400 crianças e adolescentes, da fase de berçário até estarem qualificados para ingressar em uma faculdade. Segundo Yolanda, a instituição oferece ‘educação holística em tempo integral’. Para os interessados, há aulas complementares de música, artes, capoeira, cidadania e moral religiosa, entre outras.
Fundado em maio de 1997, o Instituto Paulo Coelho (IPC) cuida de todos os assuntos referentes ao escritor. Isso inclui um braço filantrópico, que usa verba obtida com os direitos autorais do best-seller mundial para ajudar a mais oito instituições espalhadas pelo Estado do Rio, Minas Gerais e Distrito Federal. No site www.paulocoelho.com, o escritor afirma que a idéia central não é fazer caridade, mas dar oportunidade de crescimento pessoal aos menos favorecidos, principalmente a crianças e idosos.
Yolanda, 67 anos, começou a dar vida ao Solar Meninos de Luz em agosto de 1991. Sempre com a ajuda de voluntários e parceiros importantes, como o IPC, o projeto foi crescendo aos poucos. Hoje, ocupa seis casas da Rua Saint Roman. A que abriga o Centro de Artes e Artesanato, onde são ministradas as aulas de música e ficam as duas bibliotecas, foi comprada pelo Instituto Paulo Coelho e doada ao Solar. A que acolhe o 1º ciclo do Ensino Fundamental tem seu aluguel, o salário dos dez professores e a alimentação dos 125 alunos pagos pelo IPC. ‘A ajuda de Paulo Coelho é fundamental. Não é só a questão do dinheiro. Ele representa a nossa estabilidade. Sabemos que podemos confiar e contar sempre com ele’, diz Yolanda.
Mesmo em suas temporadas fora do Brasil, Paulo Coelho e Christina Oiticica ficam a par das atividades do Solar. ‘Nos falamos por e-mail. O Paulo quer estar a par de tudo. Quando eles estão aqui, vêm nos visitar sempre que podem’, afirma Yolanda, lamentando a falta de hábito de registrar esses momentos. ‘É uma pena, mas só temos uma foto dele aqui com a gente.’ Yolanda diz que Paulo faz questão de levar novos amigos para conhecer o projeto e aderir como parceiros ou voluntários.
No ano passado, o escritor indicou o Solar Meninos de Luz para um estudo de caso realizado pela União de Bancos Suíços. ‘A UBS mandou um técnico para cá, que nos acompanhou durante uma semana. O relatório feito por essa pessoa foi muito positivo para nós. Em outubro, Isabella (Maltaroli, diretora do Solar e filha de Yolanda) foi a Genebra para a apresentação, feita pelo próprio Paulo Coelho’, diz Yolanda.
Uma outra alegria que ela ainda não teve tempo de compartilhar com o escritor diz respeito a dois jovens que estão no Solar desde os 3 anos. André Luiz Santos Rodrigues e Cristiane Souza Carneiro, ambos de 17 anos, terminam neste ano seus estudos no ensino médio e têm o primeiro emprego garantido: ele será recepcionista bilíngüe e ela tra balhará na controladoria do Caesar Park, hotel cinco-estrelas no Rio. Além do inglês aprendido na escola, outro fator foi determinante no sonho realizado do primeiro emprego: a vontade de vencer. ‘Gosto muito dos rappers. Queria entender o que eles diziam, então comecei a correr atrás. Ouvia as músicas, tentava repetir o que cantavam. Me dediquei’, conta André Luiz. Um passo importante para a realização do que Paulo Coelho, em O Diário de um Mago, chamaria de Lenda Pessoal.
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