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É preciso falar sobre a saúde mental das nossas crianças e adolescentes – Dia Internacional da Saúde

06/04/2023

Crescem, cada vez mais, as reclamações de pais que veem seus filhos adolescentes se isolarem do convívio social por preferirem estar imersos no mundo virtual de jogos e series online, acendendo um alerta nas instituições de pesquisa e saúde e colocando como prioridade o debate sobre a saúde mental das crianças e jovens.

Temas como a melancolia, a solidão e a angústia passaram a fazer parte do repertório de adolescentes, ganhando mais força em momentos de pandemia, onde a falta de recursos e a insegurança alimentar dentro de casa agravaram ainda mais o quadro, principalmente para jovens e crianças moradores de zonas de alta vulnerabilidade.

Segundo as últimas estimativas disponíveis pela pesquisa da Unicef, pelo menos uma a cada sete crianças e jovens de dez a 19 anos convive com algum transtorno mental diagnosticado em todo mundo. Além disso, também mundialmente, cerca de 46 adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária.

Fatores como violência doméstica, falta de cuidado e diálogo impactam diretamente na chegada a esse limite. De acordo com dados do estudo, as famílias pesquisadas têm histórias de rejeições, maus-tratos físicos, agressões verbais, violência sexual, uso de álcool e drogas.

Daí a importância de se jogar luz às questões da saúde mental, principalmente, na adolescência que é um momento de mudanças profundas, sejam elas corporais, do seu lugar no mundo, na escola. É preciso estar atento, sem estigmatizar, sem preconceitos, respeitando o momento de introspecção, que muitas vezes até se confundem com quadros depressivos, mas que é natural dessa fase de transição e que envolve muito sofrimento para eles.

Segundo o documento, alguns fatores se destacam para reforçar o comportamento suicida na juventude: são os sentimentos de tristeza, desesperança e a depressão, ansiedade, baixa autoestima, experiências adversas pregressas, como abusos físicos e sexuais pelos pais ou outras pessoas próximas, falta de amigos e suporte de parentes, exposição à violência e discriminação no ambiente escolar e o uso de substâncias psicoativas, destaca o texto.

O documento ressalta ainda a questão geracional. Segundo os dados apresentados, a chamada ‘geração Z’, de nascidos após 1995, conhecida como ‘natos digitais’ são mais susceptíveis aos efeitos do estresse, apresentando maiores taxas de ansiedade, depressão, automutilação e suicídio. “O desenvolvimento desses jovens, com menos mecanismos para lidar com frustrações e adversidades (menor resiliência) e dificuldades em adiar o prazer (imediatismo) podem também ser fatores sociais que influenciam no desencadeamento de quadros mentais que têm contribuído com o aumento do suicídio”, informa o boletim.

A escola precisa aproveitar cada vez mais essa capacidade de observação sobre um comportamento que seja diferente. As pessoas que estão ali no dia-a-dia com os adolescentes e com as crianças muitas vezes vão perceber primeiro quando algo não está legal, quando alguém está se sentindo afetado no seu bem estar e assim precisarão encontrar caminhos e recursos para trabalhar essas questões emocionais com espaços de escutas e rodas de conversas. Professores, junto com profissionais da saúde, podem ser excelentes aliados nesse processo e ajudar para que compreendam melhor o que estão sentindo e como lidar com esses sentimentos.

Os psicólogos que atuam no Centro de Bem Estar do Solar Meninos de Luz, se preocupam com o bem estar mental tanto de alunos quanto de funcionários e compreendem a relevância de um acompanhamento biopsicossocial na contribuição de um melhor rendimento escolar e relação familiar.

Dessa forma, o trabalho da equipe de psicologia se faz permeada pelo atendimento individual, associado às atividades multidisciplinares junto à profissionais da Educação, Assistência Social e Saúde, em busca da promoção de espaços de escuta e diálogo.

Fontes:

https://www.unicef.pt/actualidade/publicacoes/the-state-of-the-world-s-children-2021-on-my-mind/
https://portal.fiocruz.br/noticia/saude-mental-especialistas-falam-sobre-os-desafios-no-cuidado-de-jovens-e-adolescentes

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