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Das salas do Solar, para o mundo

12/07/2021

Quando falamos em educar para libertar é porque desejamos que os nossos meninos de luz utilizem as oportunidades oferecidas em nossas salas para alcançarem qualquer objetivo que desejam, e não há nada melhor do que vê-los “voarem” longe. Mesmo com os problemas da pandemia, nós tivemos muitos motivos para nos alegrarmos, um deles foi a notícia do nosso “menino”, Jefferson Ribeiro, novo doutorando na Washington University in St. Louis (EUA).

Chamamos o “Jeffinho” para conversar um pouco com a gente e falar um pouco sobre a sua história no Solar, e suas expectativas daqui pra frente, vem ver!

1) Como começou a sua história aqui no Solar?

Entrei no Solar em 2002, junto com minhas primas de coração (Manuella e Bianca). Eu, na época muito criança, não tinha ideia da importância de estar em uma escola 8 horas por dia. Fiz de tudo que poderia fazer, ballet, percussão, xadrez e mais um grupo de maravilhosas atividades. Todas realizadas com muito gosto, pois de alguma forma elas preenchiam uma lacuna que minha vida pessoal. Diria que a importância da educação integral foi enorme, pois foi feita da melhor forma, com atividades que somavam cultura ao meu ensino e aprendizagem. De modo que, ainda que utopicamente, eu gostaria que todas as escolas fossem assim, como o Solar. 

2) Seu sonho sempre foi ser biólogo? Qual foi a influência do Solar para essa decisão?

Nem sempre. Respondo isso rindo pois há quem diga que eu sonhei ser músico, Raquel Maia já encontrou uma reportagem em que eu dizia isso. Talvez eu tenha dito. Mas não dava pra ser as duas coisas juntas? Digamos que da mesma forma que o Solar me ensinou a ser “multi-task“, eu no profissional sou músico, biólogo e fotógrafo.

Lembro de escrever sobre os meus planos para o futuro. Sempre tive professores dessa disciplina que, antes de mestres, foram parceiros dos alunos. Não que os outros não fossem, mas eu também simpatizava pela biologia, isso facilitava o processo. Primeiro a Denise no Ensino Fundamental, depois o Carlos e a Anna no médio. Além dos alunos de graduação em biologia da Santa Úrsula (Luiza, Rafa, Tati e outros) que realizavam trabalho voluntário.

3) Além da Biologia, quais outras atividades você gosta/gostou de fazer?

A música sempre foi minha “praia”. Eu tinha uma inclinação para as oficinas que trabalhavam a musicalização. De certa forma, todas foram muito importantes para meu desenvolvimento moral e intelectual. Além dessas atividades, eu gostava de tanta coisa que chega ser difícil de falar sobre algo em particular. Talvez o teatro com o Nós do Morro tenha sido uma das atividades que eu mais gostei. Eu como ator era terrível. Sou péssimo com textos, decorar falas é sempre algo muito ruim pra alguém que não tem memória visual como eu. Decidi então pedir pra ser o músico da trupe e a Fátima junto com o Renan aceitaram.

4) Você também fez percussão e deu aula no Solar, como foi?

Eu sempre me achei muito sortudo em poder estar ali, compartilhando algo que eu adquiri durantes anos junto ao pessoal do Monobloco (Sidon, CA, Mario, Poyart, Maurão, Gui) e do Estratégia (Leo, Gabriel, Cainã, Lu e Robertinho). Mas ao mesmo tempo, sempre que eu estou como professor eu me sinto aluno. Por isso é engraçado pra mim. Sempre aprendi muito com as crianças. Nunca foi fácil, eles tinham energia. Também nunca me disseram que seria, então a gente só transformava a energia em música.

5) Qual foi a sua experiência como um menino de luz, como a nossa educação integral te ajudou nas oportunidades da vida?

Penso que existiram várias parcerias que, de certa forma, ampliaram minha percepção sobre como funcionava o mercado de trabalho. Um exemplo foi o curso de desenvolvimento pessoal oferecido pela TOTVS. Depois dele, se não tivesse entrado para a universidade, sem dúvida, seria um ótimo candidato. Além disso,  aprendi que quando oportunidades aparecem nós temos que agarrá-las sem pensar duas vezes. Sigo o ensinamento de Maria Galbier, professora do projeto EduPro, que sempre nos incentivou a procurar caminhos positivos e grandiosos pra nossas vidas sem deixar as oportunidades irem embora.

6) O seu doutorado para a Washington University in St. Louis (Missouri) está chegando. Como foi receber a notícia e o que você espera?

Foi um processo seletivo muito legal. Conversei com professores extraordinários na minha área de pesquisa. Pessoas que eu sequer imaginava conhecer ou falar sobre meus projetos de pesquisa. Saber que fui aceito de forma unânime por todos eles foi algo que me empolgou muito. Com relação ao inglês, sempre tive aulas. Na terceira série já tinha aulas, quando Regina nos apresentava estrangeiros. Depois, no ensino Fundamental II e Ensino Médio através da grande parceria com o antigo Colégio Cidade. Lembro bem das professoras Maria Alice e Rosangela. Tive ainda a grande oportunidade de participar das aulas do projeto EduPro.

7) Além de você ter sido um dos nossos meninos de luz, a sua irmã, Dandara, também se formou aqui na escola! Qual foi a importância do Solar para a sua família?

Além de ter formado duas ótimas pessoas, o Solar foi nossa segunda casa durante muitos anos. Como já mencionei, meus pais trabalhavam e precisávamos ficar em algum lugar para não sair dos “rumos”. E lá era esse lugar. Digo que foi uma segunda casa pois, além de ter nos propiciado vários momentos de acolhimento, foi lá que construímos grande parte dos adultos que somos hoje. Claro, é papel de uma escola enriquecer seus alunos de conhecimento, mas não é toda escola que consegue acolhê-los da forma que o Solar faz. Tivemos também grandes oportunidades de intercâmbio culturais. Minha irmã fez intercâmbio nos Estados Unidos através da EduMais, um dos parceiros do Solar até hoje. Então, nós temos um enorme apreço pelo Solar, sempre teremos.

8) O que você espera do seu futuro? E se você pudesse mandar um recado para o Jeff de alguns anos atrás, qual seria?

Olha, quero muito terminar o meu doutorado, fazer um Pós-Doc e depois dar um tempo para viajar e fotografar uns bichos estranhos por aí. Isso é o que consigo pensar para pelo menos os próximos dez anos. Depois disso eu não parei para refletir, mas sem dúvida são caminhos positivos. Eu teria medo de receber uma mensagem do Jeferson do futuro. Daria muito problema na linha temporal. Mas eu diria para seguir firme e forte, acreditando no leme que sempre acreditou (“educar para libertar”, lema da escola) que tudo vai dar certo. Não mudaria uma vírgula do que fiz, de onde estive, com quem estive e como montei essa história de vida.

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