A educação é muito mais do aquilo que acontece dentro da sala de aula; nos educamos a vida toda, em nosso modo de falar, andar, olhar uns para os outros e viver em comunidade.
A Educação Integral busca garantir o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões: intelectual, física, afetiva, social e cultural e para isso, além dos aspectos cognitivo e intelectual, os processos pedagógicos devem também articular as dimensões física, afetiva e socioemocional, ética, social e cultural.
Trata-se de um projeto responsabilidade compartilhada uma vez que a criança não extrai o aprendizado somente daquilo que ela vê e ouve na escola, mas também do pai, da mãe e todos aqueles que a rodeiam.
Existem alguns fundamentos que norteiam o conceito de educação integral:
Centralidade do estudante
O aluno ocupa um espaço central no processo de aprendizado. Assim, todas as dimensões do projeto pedagógico devem ser construídos a partir dos interesses e demandas dele.
Aprendizagem permanente
Desde que nascemos até o fim da nossa vida, adquirimos conhecimento por meio de tudo aquilo que nos acontece. Todo ser humano pode se desenvolver não só intelectualmente, mas também social, emocional e culturalmente.
Inclusão
A educação integral é aquela que não só respeita todas essas diferenças, mas também as integra em seu modo de pensar a prática educadora. Nossas origens sociais, culturais, raciais, nosso gênero, credo, localização geográfica e outros aspectos devem ser valorizadas numa perspectiva inclusiva.
Gestão democrática
Para garantir que a educação esteja realmente alinhada aos interesses e às necessidades do aluno, é preciso garantir a possibilidade de construir junto. Ou seja, proporcionar que crianças, jovens, pais e docentes participem do planejamento, desenvolvimento e acompanhamento dos resultados do processo educativo.
Ampliação do tempo
Para trabalhar o aluno de maneira integral é preciso oferecer oportunidades diversificadas e para isso os processos educativos devem articular diferentes tempos e espaços.
Quanto mais diversificadas forem essas oportunidades, mais cheio de possibilidades será o universo social e cultural dos alunos.
Territorialidade
Para a educação integral, todas as situações que vivenciamos da primeira infância até a vida adulta têm potencial educador. Dessa forma, trazer para a sala de aula o território onde vivem promove, o diálogo, a troca e a criatividade. Daí a importância de considerar a territorialidade no planejamento e no desenvolvimento das atividades educativas.
Muitas pessoas podem confundir os dois termos, por serem parecidos, mas acreditem: nem toda educação integral ocorre em tempo integral. Mas uma educação em tempo integral pode ser educação integral.
Educação integral é o modo de pensar a educação de forma que ela contemple a diversidade de dimensões que existe em cada pessoa, considerando suas necessidades e potenciais específicos.
Já a educação em tempo integral diz respeito a escolas ou instituições de ensino que oferecem ao estudante uma jornada quantitativa de processos de aprendizagem, ou seja, o aluno passa mais tempo na escola, mas que não necessariamente tem relação com a qualidade daquilo que é aprendido.
Vale lembrar que os fundamentos pedagógicos da BNCC já pautam um compromisso com a Educação Integral a partir da compressão das singularidades e diversidades dos sujeitos ao reconhecer que a Educação Básica deve visar ao desenvolvimento completo do estudante em todas as suas dimensões.
No Solar Meninos de Luz esse trabalho já é realizado há mais de 30 anos, com resultados que comprovam que a Educação Integral é a verdadeira solução para o problema de desigualdade na educação do Brasil, pois permite que crianças e jovens de comunidades não dependam da sorte para mudar o seu futuro porque tem garantido todo o conhecimento e ferramentas para abrir seu próprio universo de possibilidades.
Educar para libertar