A música sempre fez parte da educação do aluno do Solar, pois desenvolve a sensibilidade, criatividade e habilidade de interpretação, expressão, comunicação e crítica através de apreciação e prática musical em suas várias modalidades: canto, expressão corporal, instrumentos, teoria musical e suas ligações com Dança, Teatro e Artes Plásticas. Facilita a aprendizagem e prática da atenção, pontualidade, disciplina, responsabilidade, persistência e interação grupal.
O Centro Musical conta com 2 salas de música e um acervo composto por um grande número de instrumentos e ainda um teatro para apresentações.
O Centro Musical Maria José Chevitarese é formado por um conjunto de atividades que visa estimular o desenvolvimento artístico e intelectual dos alunos, familiares, funcionários e comunidade.
Projeto musical aprovado em 2015 pela Lei Rouanet e com continuidade desde então, em constante captação de patrocínio. Importantes nomes da cena musical chegaram ao Solar interessados nesse trabalho, como David Chew, Vitor Damiani, Jonas Hammar, Ernani Cal, Maria Souto, Rodrigo Belchior.
A Escola de Música Meninos de Luz tem como objetivo formar grupos musicais, corais e orquestra com identidade cultural, musical brasileira e suas influências – para todos os alunos do Colégio Integral e aberto a jovens e adultos da Comunidade do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo e como instrumento da transformação e integração sociais.
A música é imprescindível à educação do ser integral e no Solar, sempre sintonizada com todas as formas de arte, em especial a dança e o teatro, esteve presente desde os primeiros momentos, quando acolhemos as crianças vítimas da tragédia de 28/12/1983, alegrando-as com canto, dancinhas, pinturas, contação de histórias, dramatizações, bandinhas de percussão com instrumentos artesanais – o que se desenvolveu e diversificou nestes 32 anos.
A música também esteve presente na construção do primeiro abrigo das atividades de assistência às famílias, o prédio de 4 andares fundado em 1987 na Avenida Pavãozinho, 51, quando parte dos recursos financeiros advieram de muitos concertos de música clássica organizados pela grande pianista da OSB, Ilse Trindade, com grupos de músicos da Orquestra, realizados no ex-auditório da Cultura Inglesa, Fundação Eva Klabin e Shopping Rio Design Center.
Surtos de progresso musical ocorreram paralelamente ao desenvolvimento de todas as artes no Solar Meninos de Luz.
Desses citaremos o trabalho magnÍfico de Maria José Chevitarese, de 2001 a inÍcio de 2008, com Coral Infanto-Juvenil com 120 vozes, Orquestra de Flautas, Oficina de Percussão; Oficina de teclado; Oficina de Teoria Musical. De 2007 a 2009, com Bernardo Bessler e Luiz Benedini, excepcionais aulas de violinos e violoncelos, preparatório para Orquestra de Cordas. De 2009 a 2015 com algumas paradas, a alegria do Monobloco formando percussionistas. De 2011 a 2014 a emocionante Escola Portátil de Música – EPM, em aulas de chorinho, com violões, cavaquinhos, pandeiros, flautas transversas, fazendo adeptos que tocam até hoje.
Nos últimos anos, a professora contratada Angela Brito, num coral promissor que terminou quando mudou de Estado; outros iniciantes corais com os grandes regentes Jonas Hamar e Vítor Damiani, voluntários, que iniciaram mas não puderam terminar; em 2016, Mayra Couto, voluntária, rege um pequeno Coral de 25 alunos do Ensino Infantil e Fundamental I.
Apresentações muito importantes foram realizadas dentro e fora do Solar e houve momentos de grande sucesso musical.
A intermitência deveu-se ao término de patrocínios, mudanças de rota dos músicos, impossibilidade de continuar de forma voluntária e falta de recursos financeiros do Solar.
Maria José Chevitarese é a excepcional maestrina que, entre outras obras, criou: Coral Brasil Ensemble (Certificado de prata entre os 320 Coros de todas as partes do mundo, em Lins, Áustria) e o Coro Infantil da UFRJ, com crianças carentes da Maré, Catete, Glória, Santa Tereza e que têm nível internacional, cantando nas mais importantes salas musicais brasileiras e participando de montagens profissionais, de óperas e concertos sinfônicos.
Diretora Cultural da UFRJ, criou e dirige o Programa Arte no Fundão. Diretora da Escola de Música da UFRJ, orienta a formação de novos grandes profissionais da Música.
Criou entre 2001 e 2007, o Coral Meninos de Luz , a Orquestra de Flautas e as oficinas de Percussão, teclado e leitura musical, momento magnífico da arte musical no Solar Meninos de Luz (que não conseguiu manter, após sua saída por necessidades profissionais).
Quando teve que sair por motivos profissionais o Coral iria no ano seguinte cantar no Coro do Municipal. Algumas apresentações do Coro: Teatro Benjamim Constant, Sala Leopoldo Miguez, Escola de Música da UFRJ, Espaço Cultural de Furnas, Conservatório Brasileiro de Música da UFRJ, Hotel César Park, Shoppings, etc.
Com esse trabalho Chevitarese defendeu tese de Doutorado na UFRJ – “O Canto Coral como agente de transformação sócio-cultural nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho: Educação para a Liberdade e a autonomia”. O trabalho foi realizado com parceria da Cátedra UNESCO.
Inesquecível Zezé, o mundo da música se enriquece com sua obra e sua vida.
Mas o modesto Solar Meninos de Luz quis demonstrar sua gratidão por seu trabalho que durou 7 anos, apenas, mas ficou em nossa história e corações.
Com sua metodologia baseada em Jofre Dumazedier (Lyom, France) e Paulo Freire, você ensinava, ao mesmo tempo que as músicas, através de debates e reflexões com alunos, a construção de conhecimentos, afetividade, autoestima, fraternidade e cidadania – tudo o que o Solar se esforça por aprimorar.
O repertório, entre Música Popular Brasileira, Música folclórica nacional e estrangeira, obras para corais em diversos idiomas, era belíssimo e você usava as letras para autoconscientização e divertimento dos alunos. A oportunidade de se apresentarem nas grandes Salas musicais acrescentou-lhes a rica oportunidade de serem reconhecidos por platéias que os recebiam efusivamente: as palmas eram tantas que promoveram seu bem-estar e inclusão social pelo prazer de cantar e receber aprovação. O mesmo ocorreu com a Orquestra de flautas e a percussão.
Nós, do SML, nos sentimos honrados em ter seu nome em nosso Centro Musical, conforme lhe prometemos.
Saudosos, somos eternamente gratos!
Solar Meninos de Luz
Presidente e Diretores
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