Dando continuidade às homenagens que o Solar fará aos seus queridos e imprescindíveis voluntários, no mês de agosto, nossa amigo homenageada é a Katia Gomes. Ela atua na área pedagógica como Professora de Evangelização.
A Katia aceitou responder algumas perguntas:
Nome completo?
Katia Soares Gomes.
Como conheceu o Solar?
Sempre acreditei em Deus e, durante toda a minha vida, estive inserida em contextos religiosos. Mudei-me para Ipanema meados de 2000 e, pouco tempo depois, comecei a procurar um lugar onde eu pudesse estudar e me dedicar a um trabalho voluntário que fosse próximo à minha casa. Nessa época, já havia em mim um desejo forte de servir/trabalhar em prol dos mais necessitados em minha comunidade. Foi assim que surgiu o LPT na minha vida. Um dia fui a uma reunião pública para conhecer o local e me deparei com um cartaz que convidava pessoas a trabalharem, voluntariamente, no SML – uma obra social na comunidade do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo que eu até então desconhecia. Fiquei encantada. Era esse o local que eu estava procurando há tempos. Comecei a frequentar o LPT e logo me disponibilizei para o trabalho no Solar.
Há quanto tempo atua como voluntário no Solar?
Atuo como voluntária no Solar desde 2006.
Em que áreas atua?
Comecei trabalhando no Berçário e Pré-escola. Atuava no Solar 2 ou 3 vezes na semana no horário de 10h até aproximadamente 13h. Ajudava as assistentes a tomar conta das crianças e alimentá-las na hora do almoço. Um trabalho bastante gratificante para mim. Fiquei nesse trabalho aproximadamente 2 anos. Depois veio a Evangelização. Comecei trabalhando em dupla com o Ramon e depois assumi as minhas turmas sozinha. Estou na Evangelização há, aproximadamente, 10 anos. Bons tempos! Já peguei turmas de 5ª e 6ª anos e agora estou trabalhando com a 2ª série do Ensino Médio.
Como você se sente trabalhando no Solar?
Me sinto muito bem. Gosto de me sentir contribuindo para um mundo melhor.
O que acha do trabalho realizado pelo Solar?
Fantástico! Fico impressionada em ver que, apesar das inúmeras dificuldades que a instituição passa, ela consegue disponibilizar um ensino de altíssima qualidade para crianças que, se não estivessem inseridas nesse contexto, não conseguiriam ter acesso a ele. O Solar é um oásis no meio do deserto.
Acha que o Solar influencia a vida das pessoas? Caso sim, de que forma?
Totalmente. Tive oportunidade de conviver com crianças de várias idades e percebo o avanço. Muitas crianças vem de famílias bem desestruturadas e, por isso, bem fragilizadas. A medida que crescem, veem “luz no fim do túnel”. Percebem que não estão aprisionadas àquela realidade e que têm escolha. Podem mudar suas vidas. E que essa escolha depende só delas.
Essa influência é feita através do conhecimento. Nos libertamos a medida que nos informamos e conhecemos a realidade mais e mais.
Qual é a característica do Solar que você mais aprecia?
Estar aberto para todas as crianças sem distinção e ser resiliente.
Tem alguma história bacana entre você e os alunos para nos contar?
Como mencionei anteriormente, comecei na Evangelização trabalhando em dupla com Ramon. Pegamos 5ª e 6ª séries e, naquela época, nós discutíamos com os alunos em sala o Livro dos Espíritos. Para muitos, era um conteúdo pesado, principalmente para crianças nessa idade. Porém, para motivarmos as crianças, propomos que cada aluno que tivesse bom comportamento durante a semana em sala de aula recebesse de presente um Livro dos Espíritos. Isso era aferido pela Assistente que acompanhava a turma.
Durante o ano, nós premiávamos os alunos que se destacavam em seus comportamentos. No final, todos recebiam o livro. As crianças ficavam felizes em serem reconhecidas por algo positivo que haviam feito.
Confesso que eu e Ramon fizemos o trabalho, mas não tínhamos ideia do resultado disso no futuro. Há poucos meses encontrei com o Ramos, que me informou que estava Evangelizando uma de nossas turmas dessa época. Ele estava eufórico e me disse: Katia, você lembra que nós discutíamos o LE com as crianças? Deu muito certo! Deu muito certo! Estou Evangelizando eles de novo! É a melhor turma que eu já peguei. Fiquei muito feliz de tomar conhecimento disso e por ter participado do crescimento pessoal dessas crianças.
São essas histórias que me fazem continuar, apesar das dificuldades que encontro pelo caminho.