O Projeto Respiração consiste em convidar artistas contemporâneos, como Vivacqua, a intervir no circuito expositivo da Fundação Eva Klabin a fim de estabelecer uma conexão entre a arte consagrada e as manifestações contemporâneas que propicia novas formas de leitura do acervo constituído de arte clássica e arqueológica. Depois de inúmeras edições, o Projeto Respiração é trazido a comunidades do Rio.
Durante os dois dias de oficina, Paulo Vivacqua trabalhou com a ideia de objeto sonoro, contou aos nossos alunos a história da arte sonora e da música, através de exemplos e vídeos, com o intuito de mostrar também como é feita a abordagem do som. Ele explica que primeiro, para que haja a percepção, é importante que os indivíduos se desloquem do contexto original e analisem as características apresentadas de outra maneira. “Depois, para uma maior absorção do conteúdo apresentado, cada aluno precisa escolher um determinado som que tenha um significado especial, relacionado a algum estado emocional ou alguma situação”.
Além de expor as escolhas, Paulo Vivacqua pediu para que cada aluno descrevesse o som e o contexto em que ele se insere. Segundo ele, mais do que reproduzir o próprio som escolhido, é relatar a experiência de cada um, falar sobre o som como um exercício de imaginação. “Percebam como o som do metal é forte e grave. O som é como uma escultura sonora no tempo que dispara a imaginação das pessoas. Parece um momento de uma história e pode ser sentido fisicamente”, disse Vivacqua. “O grande barato é que não se trata de imagem, nem escultura e nem música pronta, são sons emitidos por objetos. E isso é muito novo na arte contemporânea”.