Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida. William Shakespeare (Hamlet).
Ser ou não ser arte, está é uma questão levantada por muitos acerca da arte contemporânea. Separar-se, distanciar-se da tradição e ir em busca do novo e fresco, dedicar tempo de reflexão e olhares para lados que acredita-se foram relegados a um plano menor, debater-se com suportes menos nobres, ofender o espaço habitual da arte.
Ser ou não ser uma galeria de arte? Afinal, o morro é digno de ter um espaço para exibir produções tão ricas, elaboradas, verdadeiras obras da inteligência do homem, participar, ele morro, dessa festa que sempre foi organizada e usufruida pelas elites, produzir reflexões devaneios e sonhos? Sonhos tão caros ao pensamento do autor inglês que empresta uma frase já cansada de tão famosa, para título dessa mostra.
Não queremos fazer nenhum levante, insurgir ou mesmo distribuir panfletos. Queremos somente apresentar uma mostra refletindo e demostrando a possibilidade de se ter mais de uma via, mais de um pensamento e direção, mais possibilidades. Elementos participantes da natureza do artista e da obra de arte. E essa nobre galleria que acolhe essa mostra é sim mais um lugar para se fazer essas reflexões, considerações e produzir conhecimento que vai ser derramado no grande público, escorregando por entre os dedos da tradição e das elites e cair em solo fertile, a rua, o homem comum, o morro.
Os artistas voluntários
CLAUDIA HESRZ
MAURO BANDEIRA
FABIAN
ALEXANDRE MURUCCI
GRAZIELLA ANDREANI
IVAR
ANDREA FACCHINI
MARIANE MONTEIRO
ANA PRADO
MARIA CHERMAN
CAROLINA VALANSI
Curadoria (voluntários): Marco Antonio Portela e Osvaldo Carvalho
Abertura: dia 06/04/11, quarta-feira, às 16h
Local: Rua Saint Roman, 146
Visitação até dia 14 de maio
Entrada Gratuita / Livre